" Cuidemos que nossas palavras e pensamentos não voem além do que a Palavra de Deus nos diz(...) Deixemos com Deus o seu próprio conhecimento (...) Prossigamos tal como Ele se der a conhecer, sem tratar de descobrir algo sobre sua natureza fora da Sua Palavra" John Calvino

28 de ago. de 2007

Deus se calou?

A maioria de nós em algum momento da vida nos perguntamos onde estava Deus quando mais precisavamos dele. Diante de nossas fraquezas e tentações somos capazes de questionar o socorro de Deus, acreditando que ele se calou em meio as nossas angústias e tristezas.Homens e mulheres da Bíblia já sentiram assim. Pensemos em Jó, em sua angústia, sentiu-se totalmente abandonado por Deus, todos zombavam dele, encorajando-o a abandonar sua fé. Jó perseverou, no entanto, como todos nós, em alguns momentos, angustiado clamava por socorro a um Deus que parecia permanecer calado.” Ele me lançou na lama, e sou reduzido a pó e a cinza. Clamo a ti, ó Deus, mas não me respondes; pondo-me de pé, mas apenas olhas para mim”(Jó.30:19,20). É desesperador pensar que estamos completamente sozinhos diante de nossas adversidades.
Davi tinha todos os motivos para se desesperar e sair correndo diante do gigante Golías, mas fitou seus olhos em Deus, acreditando que Ele estava no controle de sua vida e que aquela situação fazia parte de um grande propósito de Deus para ele. Disse, então, Davi a aquele gigante:
Tu vens a mim com espada, com lança e com escudo, mas eu venho a ti em nome do Senhor dos exércitos...a quem tens afrontado. Hoje mesmo o Senhor te entregará na minha mão"(I Sm.17:45,46 a).
Quantos de nós já nos vimos como Davi, diante de um grande Golías , e nos sentimos tão pequenos em estatura como ele? Aquelas situações difíceis que alcançam nossas vidas como um gigante enorme pronto a nos esmagar. Situações tão difíceis que são capazes de tirar nosso sono e nos fazer ficar desesperados só de imaginar como vencer uma luta aparentemente tão desigual. O Golías de sua vida pode ser uma tentação, uma perda, uma separação, uma doença grave, uma situação de perdão; Mas seja qual for a aparência do Golías de sua vida, é algo atemorizante ter que vencê-lo; pelo menos aos nossos olhos , que é limitado.
Quando nos deparamos com uma situação que nos parece um gigante, e não fitarmos nossos olhos nas coisas eternas, sem dúvida, teremos a terrível sensação de abandono de Deus em meio a um terrível deserto, nos fazendo crer que estamos completamente sozinhos.
Quantas vezes você já ouviu a expressão ”você não vai conseguir, é impossível” Talvez você mesmo tenha dito isso a si mesmo. Tem situações na vida da gente que é realmente difícil de encarar, mas existem impossíveis que valem a pena serem alcançados e vencidos. Imagine vencer aquela doença que todos pensavam ser o fim ou levantar a cabeça em uma hora que dá vontade de desistir de tudo e “chutar o balde”? Somente pela fé podemos nos erguer diante de situações como essas.
Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não vêem”Hb.11:1.

Um dos maiores exemplos de que posso me recordar e onde encontro forças para perseverar nas horas difíceis, é o exemplo de Jó na Bíblia. Jó foi completamente humilhado, tiraram tudo dele, e ele suportou até o fim, sem negar sua fé ou abandonar o seu Deus. Ele suportou muitas perdas seguidas e ainda teve que escutar várias pessoas caçoando de sua fé, questionando o amor de Deus em sua vida, e provavelmente muita das vezes Jó seria incapaz de responder gloriosamente a estas provocações e provações. Sem dúvida , talvez tenha se sentido abandonado diante do aparente silêncio de Deus, mas ele fitou seus olhos nas coisas eternas, e hoje, podemos aprender com seu exemplo. Em meio a todas as provações que Jó estava passando, ele conclui tudo da seguinte maneira: "Escuta-me , pois , e eu falarei ; eu te perguntarei, e tu ensina-me. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza."

Aceitar um aparente silêncio de Deus é difícil, por que espera de nós uma fé de Heb. 11: 1 ...fé nas coisas que se esperam e não se vêem. Em nossa incredulidade nos tornamos cegos diante dos cuidados de Deus, mas
“ o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo o que recebe por filho. Na verdade nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo, mas de tristeza. Contudo, depois produz fruto pacífico de justiça nos que por ela tem sido exercitados”(Hebreus: 12:6,11).

Deus quer o melhor para seus filhos, mesmo que para isso Ele precise nos disciplinar com vara, e não pense que Ele gosta de nos ver em meio a provações, tribulações ou angústias, na verdade Ele sofre conosco; Ele sente a nossa dor. Lembro-me com profunda admiração a lição que meu pai me ensinou quando me deu sua última surra; Eu tinha apenas 8 anos. Costumava suportar todas as provocações de meu irmão, mais neste dia eu fiquei bastante zangada e antes que pudesse refletir no que estava fazendo joguei um pedaço de madeira na cabeça dele. Meu pai ficou furioso e com toda razão. Então ele entrou em casa, pegou um elástico velho que usava para segurar bagagens e me deu uma bela surra. Meu bumbum branquinho ficou vermelho e machucado, mais meu pai voltou para perto de mim com uma pomada nas mãos, devia ser algo que ajudasse a cuidar de meu machucado , ele chorava tanto quanto eu e cuidadosamente me explicava a razão por que havia me dado aquela surra. Ele realmente não queria fazer aquilo. Ele sabia que sofreria comigo, mas também sabia que era necessário para formação de meu caráter. Nunca me esqueci da lição de amor que meu pai me deu naquele dia. Se nosso pai da terra que é tão limitado quanto cada um de nós sofre conosco na hora da disciplina, imagine Deus, nosso pai celeste.
Há alguns anos, faleceu um Pastor do qual tenho profunda admiração. Nós o conhecíamos como Pastor Lessa. Aprendi muitas lições com seu bom referencial, mas a maior de todas elas, foi a sua perseverança em fé ,em meio as provações que teve que suportar devido o câncer a que foi acometido.

Alguns anos antes de vir a falecer, Pr. Lessa foi tomado por esta terrível doença; o câncer; mas não me lembro de um dia em que o tenha o encontrado, que ele não me recebesse com um sorriso sincero e uma disposição tremenda em servir com amor. Aquele homem amava o próximo como ou mais que a si mesmo, e isto o motivava a perseverar diante do câncer.
Nos estágios finais de sua doença, ele participou de um encontro de jovens de minha igreja; Neste encontro eu era coordenadora do grupo de oração junto com Davi Coelho, um grande amigo. Convidamos o Pr. Lessa para falar com a equipe toda; Ele entrou sorrindo, abençoou nossas vidas com seu testemunho e saiu deixando saudades. Observei aquele homem durante a reunião , não vi desânimo nem tristeza em seu semblante, mas vi um físico cansado e desgastado pelas muitas crises de sua doença, que se esforçava além de seus limites para transmitir amor e paz. Este homem me mostrou com suas ações o que é fé e amor incondicional, foi um grande privilégio tê-lo conhecido.
Tenho aprendido que quando somos provados e aprovados em algum aspecto , nos tornamos mais aptos para consolar, nossos olhos ficam mais amorosos para as dificuldades alheias e nossos ouvidos mais atentos.

Hoje, entendo o que Paulo queria dizer em Romanos 5. 3,4: Não somente isto, mas também nos gloriemos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança a experiência; e a experiência a esperança”. É nas horas de fraqueza que compreendemos o verdadeiro significado da dependência a Deus. É gratificante sentir Deus no controle de tudo, como um bom motorista que conduz o carro sabiamente e prudentemente.

Depender de Deus requer de nós desprendimento e rendição, e isto nem sempre é fácil, por que a maioria de nós somos orgulhosos demais para aceitar o aprendizado de outras pessoas e até mesmo de aceitarmos o aprendizado de Deus. Em geral, somos auto-suficientes o bastante para só o procurarmos quando esgotamos todos os nossos próprios recursos e esforços. Só se procura a ajuda de um Pastor ou de algum tipo de conselheiro quando as crises já estão quase ou sem nenhuma possibilidade de resolução ou restauração. A maioria já chega ao gabinete pastoral anunciando a derrota. Com Deus não é diferente; as pessoas só o procuram quando esgotam todas as suas tentativas de resolver o problema sozinho. Obedecer a Deus é um ato de fé e amor que poucos tem coragem de fazer, pois exige total confiança diante das situações complexas que não compreendemos. É fácil obedecer a Deus quando há uma garantia de que tudo vai sair bem e que não custe alguma perda ou sofrimento. É fácil disser que quer fazer a vontade de Deus, mas nem sempre se esta disposto a obedecê-lo quando sua vontade é contrária a nossa.

  • Deus realmente se calou ?
A minha oração, é que cada um de nós, servos do Deus altíssimo, deixemos de ser meninos e procuremos ter uma vida Cristã madura e de fé sincera. Que nossos ouvidos estejam atentos e nossa disposição seja sempre em obedecer sem demora, sem desculpas e sem desafios.

Deus os abençoe!

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